MINISTÉRIO PASTORAL FEMININO

 MINISTÉRIO PASTORAL FEMININO: 



SIM OU NÃO ?


Sumário.


Introdução 


1. Contra o pastorado feminino.


2. A favor do pastorado feminino.


3. Complementarismo X Igualitarismo: debate Teológico 


Bibliografia.


INTRODUÇÃO.


Esse é um dos assuntos que está ganhando proporções avassaladoras na Teologia atual. 


Durante a história da igreja não tivemos muitos Teólogos que desenvolveram esse tema com maestria, salvo algumas exceções. 


Atualmente, muitos Teólogos estão opinando sobre o tema e as mulheres também estão desenvolvendo estudos sobre tal assunto. 


Interessante que muitas mulheres defendem a tese que o pastorado feminino é anti bíblico, algo raro no início do século 20, mas comum no final do século 20 e durante o período do século 21.  


No Brasil temos nomes importantes que defendem os dois lados e, tal como em outros países cristãos muitas mulheres são contra o pastorado feminino, enquanto a maioria defendem o pastorado feminino. 


O estudo a seguir serve apenas para os leitores compreenderem sobre o tema em questão e, obviamente está longe de promover um estudo eficaz por não apresentar um comentário com o auxílio da exegese e da hermenêutica. 


Minha intenção nesse estudo é simplesmente passar informações sobre o tema não defendendo nenhum ponto de vista. 


1. CONTRA O PASTORADO FEMININO 


O complementarismo ensina que homens e mulheres são iguais em valor diante de Deus, mas possuem papéis distintos e complementares na igreja, pois apenas os homens podem exercer o pastorado nas igrejas. 


Afirmam que Deus ordenou que a liderança espiritual fosse exercida pelos homens, enquanto as mulheres têm outros papéis igualmente importantes, como ensino de crianças e mulheres, hospitalidade e ministérios de apoio, liderança em escola Bíblica dominical, diaconisa e outros.


Os teólogos(as) que argumentam que o pastorado feminino não é bíblico baseia sua posição em passagens Bíblicas como 1 Timóteo 2:12-14 e 1 Coríntios 14:34-35, que, segundo eles(as), indicam que o ensino e a liderança na igreja são responsabilidades masculinas. 


Para esses teólogos(as), o padrão bíblico para liderança espiritual segue o modelo da criação, onde o homem exerce autoridade, e a mulher tem um papel complementar. 


Eis os teólogos(as) mais importantes que são contra o pastorado feminino:


1) Wayne Grudem

Argumenta que a liderança espiritual na igreja foi designada para os homens com base em passagens como 1 Timóteo 2:12-14 e 1 Coríntios 14:34-35.


2) John Piper

Defende que o papel pastoral é exclusivo dos homens e que Deus ordenou uma estrutura de autoridade baseada na criação.


3) Albert Mohler

Afirma que aceitar o pastorado feminino representa um afastamento da autoridade bíblica.


4) D.A. Carson

Argumenta que as restrições paulinas ao ensino e à autoridade das mulheres na igreja devem ser aplicadas universalmente.


5) Thomas Schreiner

Enfatiza que a ordem da criação sustenta a liderança masculina na igreja.


6) Mark Dever

Ensina que a estrutura bíblica para a igreja exclui o pastorado feminino.


7) Kevin DeYoung

Defende que a ordenação feminina resulta de uma leitura equivocada das Escrituras e do abandono da teologia bíblica tradicional.


8) Augustus Nicodemus Lopes

Argumenta que a Bíblia estabelece claramente o modelo de liderança masculina na igreja, com base em textos como 1 Timóteo 2:12-14. Ele também enfatiza a tradição histórica da igreja como um argumento contra a ordenação feminina.


9) Aimee Byrd 

Critica o feminismo cristão e enfatiza papéis distintos para homens e mulheres.


10) Mary Kassian

Argumenta que a Bíblia ensina liderança masculina na igreja.


11) Nancy Leigh DeMoss

Argumenta que o papel das mulheres na igreja deve ser diferente dos homens.


12) Candice Watters

Defende que as mulheres devem atuar na igreja, mas não como pastoras.


13) Dorothy Patterson

Defende a importância da submissão feminina e da liderança masculina no ministério.


14) Tertuliano

Argumentava que as mulheres deveriam ser submissas e não deveriam ensinar na igreja.


15) Agostinho de Hipona

Embora valorizasse as mulheres em vários aspectos, defendeu a liderança masculina na igreja.


16) Tomás de Aquino

Via a liderança masculina como ordem natural da criação.


17) Martinho Lutero

Ensinava a submissão das mulheres na igreja e na família.


18) João Calvino

Defendia a liderança masculina na igreja e via a ordenação feminina como contrária à ordem bíblica.


19) Karl Barth

Ensinava que a distinção entre os papéis de homens e mulheres era uma ordem criada por Deus.


2. A FAVOR DO PASTORADO FEMININO 


O igualitarismo defende que homens e mulheres podem exercer os mesmos papéis dentro da igreja, incluindo o pastorado. 


Argumentam que as restrições ao ministério feminino nos tempos bíblicos estavam ligadas a contextos culturais Judaicos e conseguentemente aos primeiros cristãos e que o mesmo não devem ser aplicadas hoje. 


Dessa forma, Deus capacita tanto homens quanto mulheres para liderar a igreja sem distinção de gênero.


Os teólogos(as) que defendem o pastorado feminino argumentam que certas passagens Bíblicas devem ser interpretadas dentro do contexto cultural da época. 


Apontam exemplos bíblicos de mulheres em liderança, como Débora (Juízes 4) e Priscila (Atos 18:26), para mostrar que Deus chama mulheres para ensinar e liderar. 


Além disso, afirmam que em Gálatas 3:28 Paulo ensina a igualdade de papéis na nova aliança. 


Eis os teólogos(as) mais importantes que são a favor do pastorado feminino:


1) Scot McKnight

Argumenta que a Bíblia apoia a liderança feminina na igreja e que passagens como 1 Timóteo 2 devem ser lidas no contexto cultural da época.


2) Craig Keener

Enfatiza o papel das mulheres na igreja primitiva e questiona interpretações que excluem as mulheres do ministério pastoral.


3) William Webb

Sugere que a Bíblia aponta para uma progressão ética em relação às mulheres, permitindo a ordenação feminina no ministério Pastoral.


4) Ben Witherington III

Argumenta que Paulo valorizava mulheres em papéis de liderança e que as restrições em suas cartas eram específicas para certas comunidades, não para toda a igreja.


5) N.T. Wright

Defende que certas passagens Bíblicas dão crédito ao reconhecimento de mulheres como líderes e que a igreja atual deve seguir esse exemplo.


6) Richard Bauckham

Defende que o Novo Testamento apresenta um modelo inclusivo para o ministério Pastoral feminino.


7) Kristin Kobes Du Mez

Defende o papel das mulheres na igreja e critica as interpretações que excluem as mulheres do ministério pastoral.


8) Beth Allison Barr

Argumenta que a visão complementarista sobre a mulher na igreja é mais cultural do que bíblica, e por isso defende o ministério Pastoral.


9) Greg Boyd

Defende que Deus chama tanto homens quanto mulheres para o ministério pastoral sem restrições de gênero.


10) Elaine Heath 

Argumenta que a Bíblia apoia o ministério Pastoral feminino.


11) Sarah Bessey

Defende a plena participação das mulheres no ministério pastoral.


12) John Wesley

Permitiu que mulheres pregassem e liderassem grupos dentro do movimento metodista.


13) Catherine Booth

Pregava publicamente e defendia o ministério pastoral feminino.


14) Aimee Semple McPherson

Defendeu e praticou a ordenação de mulheres no ministério Pastoral.


15) Phoebe Palmer

Defendeu a aceitação das mulheres na liderança eclesiástica e eventualmente no ministério Pastoral.


16) William Seymour 

Incentivou a liderança feminina dentro do movimento pentecostal, principalmente o ministério Pastoral.


17) Stanley J. Grenz

Argumentava que a Teologia da comunidade aponta para uma parceria entre homens e mulheres no ministério Pastoral.


18) Gordon Fee

Defende que o Espírito Santo concede dons sem distinção de gênero e, portanto é a favor do ministério Pastoral.


19) Philip B. Payne 

Defende que as restrições as mulheres no ministério Pastoral foram mal interpretadas.


3. COMPLEMENTARISMO X IQUALITARISMO:

DEBATE TEOLÓGICO.


Nesse capítulo procurei desenvolver de forma justa uma apresentação de ideias a favor do complementarismo e a favor do igualitarismo com eventual refutação:


* A favor do Complementarismo e refutação:


Os pontos teológicos a seguir defendem a tese que homens e mulheres são iguais em valor, mas possuem papéis distintos na igreja.


1) Ordem Criacional


Adão foi criado antes de Eva (Gn 2.7, Gn 2.18–23), sugerindo uma liderança masculina no plano original de Deus.


Refutação Igualitarista: A ordem de criação não implica autoridade, pois Eva foi criada como "auxiliadora idônea", o que implica parceria, não subordinação.


2) Designação de papéis distintos no lar


Efésios 5.22–33 estabelece que o marido é o cabeça da esposa, como Cristo é o cabeça da igreja.


Refutação Igualitarista: O contexto de Efésios 5.21 fala de sujeição mútua. O modelo de Cristo é de serviço sacrificial, não domínio.


3) Designação de papéis distintos na igreja


1Timóteo 2.12 proíbe que mulheres ensinem ou exerçam autoridade sobre homens na igreja.


Refutação Igualitarista: O texto reflete um contexto cultural específico de Éfeso, onde havia influência de falsas doutrinas. A proibição não é universal.


4) Exemplos consistentes no Antigo e Novo Testamento


A liderança religiosa e civil era predominantemente masculina (sacerdotes, reis, apóstolos).


Refutação Igualitarista: Há exceções importantes como Débora (Jz 4.4-16), Hulda (2Rs 22.14-20), e Junia (Rm 16.7), que apontam para flexibilidade e não rigidez.


5) Jesus escolheu 12 apóstolos homens


Isso demonstra intenção divina ao estabelecer a liderança masculina como padrão para o ministério apostólico.


Refutação Igualitarista: A escolha reflete o contexto patriarcal do tempo. Jesus quebrou normas ao permitir mulheres como discípulas (Lc 8.1–3).


6) Diferenças fisiológicas e psicológicas entre os sexos


As diferenças naturais refletem papéis diferentes projetados por Deus, inclusive na esfera da autoridade.


Refutação Igualitarista: Diferença não implica hierarquia. Capacidade emocional ou física não determina autoridade espiritual ou intelectual.


* A favor do Igualitarismo e refutação:


Os pontos teológicos a seguir defendem a tese que homens e mulheres são iguais em valor, sem apresentar papéis distintos na igreja.


1) Igualdade na criação


Gênesis 1.27 afirma que homem e mulher foram criados à imagem de Deus com igual dignidade e vocação.


Refutação Complementarista: A igualdade em essência não exclui distinções funcionais, como ocorre na Trindade.


2) Submissão surgiu após a Queda


Gênesis 3.16 mostra que o desejo do homem dominar a mulher é resultado do pecado, não da criação.


Refutação Complementarista: Mesmo antes da Queda, já havia um papel distinto na criação e no relacionamento de Adão e Eva.


3) Sujeição mútua como princípio cristão


Efésios 5.21 ordena sujeição mútua entre todos os crentes, incluindo no casamento.


Refutação Complementarista: A sujeição mútua se dá de formas diferentes; o marido lidera com amor, a esposa responde com submissão.


4) Mulheres em posições de liderança bíblica


Débora (Juíza - Jz4.4-16), Priscila (ensinava - Rm16.3-4; 1Co 16.19; 2Tm 4.19 ) e Febe (diaconisa - Rm16.1-2) mostram liderança feminina legítima.


Refutação Complementarista: São exceções, não normativas. A liderança normativa ainda é masculina.


5) Galátas 3.28 – igualdade em Cristo


“Não há homem nem mulher... pois todos são um em Cristo”, eliminando distinções que implicam subordinação.


Refutação Complementarista: O texto fala de salvação, não de papéis eclesiásticos ou domésticos.


6) Dons espirituais são distribuídos sem distinção de gênero


Atos 2.17–18 mostra que homens e mulheres profetizam, pois dons são dados igualmente por Deus.


Refutação Complementarista: Profetizar não é o mesmo que liderar ou exercer autoridade na igreja.


Bibliografia 


1. Wayne Grudem. Teologia Sistemática.


2. John MacArthur. Doze mulheres extraordinariamente comuns.


3. Douglas Wilson. Reformando o casamento.


4. Wayne Grudem. O feminismo evangélico: um novo caminho para o Liberalismo.


5. Stanley J. Grenz. Mulheres na Igreja: Teologia Bíblica para mulheres no ministério.


6. J. D. Douglas (editor). O Novo Dicionário da Bíblia.


7. F. F. Bruce (editor). Comentário Bíblico NVI Antigo e Novo Testamentos.


8. D. A. Carson (editor). Comentário Bíblico Vida Nova.

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