LIBERTAÇÃO
LIBERTAÇÃO
Por Pr. Marcelo Varjão
Debate-se bastante, assertivamente, que o tema acerca da libertação está ligado ao cunho espiritual. De fato, a libertação está ligada ao estado espiritual do indivíduo. É de fundamental relevância que, antes de falarmos acerca do assunto, precisamos entender do que o homem precisa ser liberto e como ele será liberto. Jesus, em João 8:32, diz abertamente aos judeus que haviam crido nele, logo após Ele disputar com os fariseus acerca de quem o enviou. E Jesus os disse: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. Os judeus que estavam ali não aceitaram, e replicaram, como descreve no verso 33, e disseram-lhe “somos descendência de Abraão e jamais fomos escravos de alguém”. Será mesmo verdade isso? O verso 33 continua dizendo “… como dizes tu: sereis livres?”. Para a erudição do acervo espiritual, vamos primeiro nos debruçar na história do homem, de Israel e dos judeus, para compreensão se de fato houve escravidão e se, de fato, precisavam ser libertos.
O HOMEM, ISRAEL E OS JUDEUS
O homem foi formado segundo à imagem e conforme a semelhança de Deus, o chamado Adão. Adão foi criado para se relacionar com Deus, e era santificado por criação, e foi colocado no Jardim do Éden para ali habitar. O homem tinha domínio e autoridade dada por Deus sobre toda a criação, para governar, e não somente isso, para estabelecer nomes de todas as coisas na terra. Deus também estabelece que o homem viveria para sempre, comendo do fruto da árvore-da-vida, se obedecesse à sua palavra, uma ordem expressa, de não comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. O Criador dá ao homem uma companheira, Eva, formada da costela tirada de Adão, que o ajudaria, e não o deixaria sozinho. Ambos falham, pois a mulher estava sozinha e acabou sendo enganada pela serpente (satanás), e o homem não obedeceu oque Elohim estabelece por lei, e come o “fruto proibido”. Logo, a Bíblia nos relata que, após o homem comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, ambos os olhos dos dois foram abertos, comungando a queda do homem. Com a queda do homem, o domínio da terra, dado por Deus ao homem sobre todas as coisas, agora entra em colapso, e o homem agora torna-se escravo de suas escolhas carnais, ou seja, escravo do pecado.
Deus estabelece que da semente da mulher (Jesus) sairia um que esmagaria a cabeça da serpente, que, neste caso, claramente refere-se à cabeça de Satanás. Mas as consequências para a desobediência do homem resultaram na expulsão do Éden, o jardim de Deus na terra, e também castigos individuais, que cravaram o início do sofrimento da humanidade. Após isso, passaram-se muitos anos e a transgressão do homem só aumentava. O relato bíblico de maior importância sobre a destruição da terra no VT (velho testamento), foi o dilúvio. O dilúvio tinha o intuito de purificar a terra do homem transgressor, e dá a oportunidade do mundo de recomeçar de novo. Deus chamou Noé para essa missão, e para isso o mandou construir uma arca. Segundo o relato bíblico, em Gênesis 6:13-22, Deus deu a Noé um prazo de 120 anos para completar a sua obra, antes que o dilúvio viesse sobre a terra. A arca que Noé construiu, segundo as orientações de Deus, tinha 300 côvados de comprimento, 50 côvados de largura e 30 côvados de altura. Em medidas atuais, isso corresponde a 135 metros de comprimento, 22,5 metros de largura e 13,5 metros de altura. Noé foi mencionado pela primeira vez em Gênesis 5:32. Na arca construída por Noé estavam ele, sua mulher, seus três filhos (Sem, Cam e Jafé), e as esposas de seus filhos, e também todos os animais terrestres, dois a dois, macho e fêmea. Quando Noé e toda a sua família entraram na arca, com os animais, um anjo do Senhor selou a porta da arca e ninguém mais poderia entrar ou sair dali. Choveu 40 dias e 40 noites, e as águas do dilúvio cobriram os montes da terra, e todo o homem e animais que não estavam na arca morreram. Após a chuva, as águas foram abaixando gradualmente, durante 150 dias, até que todos, homens e animais, pudessem sair da arca.
Conforme a Bíblia sagrada, de Adão a Abrão, passaram-se, aproximadamente, 1583 anos, que foi quando Deus chamou Abrão para dele nascer uma descendência, e a partir dessa descendência seriam benditas todas as famílias da terra. Quando Abrão agora recebe de Deus um chamado de patriarcado, Deus agora o chama de Abraão. Deus muda a posição de Abraão, de “pai honrado” para “pai de uma multidão de nações”. Não somente Abraão, mas também Sara, sua esposa, que de Sarai, que significa “minha princesa”, agora recebe o nome e título de “senhora”.
Deus traça o plano perfeito para uma linhagem escolhida, separando, limpando e guiando para uma promessa. De Abraão e Sara nasce Isaque, e da união entre Isaque e Rebeca, nascem Esaú e Jacó. Jacó engana seu irmão gêmeo, Esaú, com a ajuda de sua mãe, e fica com a primogenitura dele, recebendo de seu Pai, Isaque, a bênção no lugar de seu irmão. Isaque já era avançado em idade e já não enxergava, o que facilitou a empreitada de Jacó e sua mãe. A sutileza de Jacó foi correspondida com a fúria de seu irmão, Esaú, que procurou vingança. Logo depois de Jacó fugir para as terras de Padã-Harã, ao noroeste da Mesopotâmia, onde moravam a parentela de sua mãe, Jacó passa por um processo doloroso e árduo, e acaba sendo enganado pelo seu sogro, Labão, que o faz se casar duas vezes. A primeira vez com Lia, a filha mais velha de Labão, e depois com Raquel, a filha mais nova. Jacó foge da casa de seu sogro, levando consigo suas esposas, filhos e muitos gados. Nessa caminhada de peregrinação durante seus anos de vida, Jacó tem um encontro com um anjo do Senhor, que, numa teofania (manifestação de Deus; neste caso, através do anjo), entra em luta corporal com o anjo. Essa luta antecede ao encontro de Jacó com seu irmão Esaú. Jacó recebe o nome de Israel, ou seja, “lutar contra Deus, e prevaleceu”, mas a tradução mais coerente sabendo da história por de trás do chamado, na luta em Peniel, que vem da raiz “Yashar” (reto, honesto, pessoa justa), em contraposto ao nome de Jacó, ou Iacov, que vem da raiz “torto”, ou seja, o nome seria no seu real significado é “aquele que Deus endireitou que andava em caminhos tortos”. De fato, Jacó andou em caminhos tortuosos e fez valer o significado de seu nome, “agarrado ao calcanhar”, ou melhor dizendo, “suplantador”. Sim, Jacó enganou seu irmão, Esaú, para obter em uma troca desonesta a benção de sua primogenitura, mas após o encontro que teve com Deus, Jacó e Esaú fizeram as pazes, marcando que de fato Jacó teve um encontro com Deus.
Jacó precisou viver uma vida de fugitivo até o momento em que Deus muda sua história em Peniel. Israel agora era o nome dele, mas não somente dele, mas de toda a sua descendência. Os descendentes de Jacó são Rubem, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom, Gade, Aser, Benjamim, José, Dã e Naftali. Quando Jacó recebe o nome de Israel, todos os seus filhos ainda estavam com ele, mas devido à inveja deles contra José, os filhos de Jacó o vendem como escravo para os ismaelitas, por 20 moedas de prata, e acabam mentindo para o seu pai, Jacó, dizendo que José havia sido morto por um animal feroz. Jacó agora encontra-se inconsolável, pelo seu filho, o qual ele era muito apegado. José foi comprado por Potifar, eunuco e comandante da guarda de faraó. José passou privações e muitas provas, mas chegou ao cargo de Governador do Egito, e foi nessa época que ele ajudou o Egito a ser unificado em uma única terra, pois, prevendo pelo sonho de Faraó, que o Senhor o dera a interpretação, a terra passaria por grande fome. Sete anos se passam desde o sonho, e a terra agora vive uma desolação pela fome. José recebe outro nome no Egito, Zafenate-Paneia (que pode significar “Deus salva, Ele vive”, ou “O homem a quem os segredos são revelados”), no qual todos deveriam lhe obedecer, pois somente o Faraó estava acima dele. Os filhos de Israel deveriam buscar suprimentos no Egito, e lá se encontram com José, mas não o reconhecem. José arma uma cilada para fazer com que seus irmãos retornem ali, e então pretende prender Benjamim, o filho mais novo de seu pai Jacó. Seus irmãos não o reconheciam, então se ajoelharam, pedindo que o não fizesse isso, pois seu pai, Jacó, não aguentaria perder outro filho. José se revela aos seus irmãos e ali decide trazer toda a casa de Jacó para o Egito, e os dois filhos de José, Manasses e Efraim, assumem o seu lugar na descendência de Israel.
A descendência de Israel agora vira um povo, e logo se torna uma grande multidão na terra do Egito. Com o passar dos anos, levantou um faraó que não sabia quem era José, e então escravizou os filhos de Israel. Após um certo tempo, os israelitas, submetidos a escravidão do flagelo egípcio, Deus usa a Moises, para liderar, e libertar o seu povo para uma terra de promessas, para torná-los uma grande nação, como prometera a Abraão, quando saíram de Harã, bosque sagrado de Manre, como diz em Gênesis 12, para seguir a voz de El’Shaday. Deus usa a Moises como seu porta-voz, e com 10 pragas, ferindo o Egito e a seus falsos deuses, o Senhor desmoraliza a faraó, que decide libertar os israelitas após a última praga, no qual o mesmo perdeu seu filho, caracterizando ali a primeira pascoa de Israel: o sangue do cordeiro nos umbrais da porta, e a carne do cordeiro consumida por todos que estão na casa. Faraó enfurece em seu coração e persegue os israelitas, cerca de 2 milhões de pessoas. Deus abre o Mar Vermelho e o povo passa para o outro lado, mas faraó e seu exército acabam morrendo engolidos pelas águas do Mar, cravando a vitória dos filhos de Israel contra o Egito.
O povo agora, liberto da escravidão egípcia, após cerca de 440 anos, vaga pelo deserto por mais 40 anos. Não era o que Deus tinha para o povo, mas foi o que o povo escolheu, segundo suas murmurações e descontrole, desobedecendo às várias orientações dadas por Deus a Moisés, para que transmitisse a eles o que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó os queria dizer. Mas uma vez o homem escolhe contrariar a Deus, e a semente de Israel volta a ser segundo Adão, ou seja, seguir suas próprias vontades. Deus dá ao povo os 10 Mandamentos, ou as 10 Palavras, e em quanto Moisés estava com Deus, o povo faz para si “um deus”, um bezerro de ouro, para o adorar como o deus que os livrou da morte, contrariando a santidade do Eterno, e demarcando a separação de Deus do povo. Naquele dia, cerca de 3 mil israelitas foram mortos por adorarem ao bezerro de ouro. Os levitas foram encarregados de matar a cada um deles, mesmo que fossem seus irmãos, ou parentes próximos.
Diante desse desatino do povo, agora não seria o Senhor que acompanharia Israel, mas um anjo do Senhor. E, mais uma vez, o homem fere a confiança de Deus, e mais uma vez o povo escolhido se comporta como descendência de Adão, e não um povo escolhido de Deus. Mais adiante, o Eterno, por intermédio de Moisés, estabelece 613 leis, que davam ao povo um caminho de como deveriam se comportar, e também para que o povo tivesse consigo sempre a sua presença. O Propiciatório, a Arca da Aliança, com o Tabernáculo, também foram uma grande conquista para os israelitas, pois simbolizavam a presença de Deus com o povo. Foram construídos, segundo as orientações de Deus, para que o povo de Israel tivesse sempre consigo a sua Shekiná, ou seja, a presença manifesta de Deus sempre no meio do povo de Israel. Moisés morre sem entrar na terra prometida, mas Josué, homem que sempre procurou seguir seus passos, sucedeu à liderança dos filhos de Israel em seu lugar.
Josué liderou os israelitas na travessia do Rio Jordão, onde o povo passou com os pês enxutos, seguindo à sua frente os levitas que carregavam a Arca de Aliança. Josué também venceu na campanha contra Jerico, onde suas muralhas de 6 metros de altura, 40 mil metros quadrados de extensão de sua cidade, foram ao chão pelo poder de Deus, após ele seguir veemente as orientações passadas de Deus através de seu anjo. Ele também venceu em Aí e venceu em Bétel, e também conquistou a cidade de Gibeão, como também a cidade de Hazor.
Logo após a conquista da terra prometida, e da divisão das terras segundo as tribos, o povo seria a nação de Deus sobre toda a terra. Nesse momento começa o tempo dos juízes em Israel, e também o momento em que o povo se perde consigo mesmo.
O povo e Israel falhou miseravelmente, pois sempre se inclinaram para o pecado, principalmente na adoração de outros deuses, abrindo para si brechas para que as maldições viessem sobre eles, e sobre sua descendência, colocando-os em xeque com outras nações, que já queriam aniquilá-los desde que chegaram na terra de Canaã, que era ocupada na época, principalmente por cananeus, moabitas, amonitas e filisteus.
Israel vive momentos de declínio e vitórias, mas precisava de uma virada de chave. Com o final do tempo dos juízes, encerrando com o Profeta Samuel, levantado por Deus para restaurar a liturgia do culto ao Senhor, pelo arrependimento e pela adoração verdadeira, o povo de Israel abandona a idolatria e volta para o arrependimento. Samuel lidera o povo em uma renovação espiritual que culminou com uma grande vitória sobre os filisteus, que significou um sinal de que Deus estava com seu povo, mas uma vez, pois a perda da Arca da Aliança, por Hofni e Finéias, filhos do Sacerdote Eli, demonstrara que o Senhor os havia deixado. Samuel foi escolhido para morar na casa de Deus e guiar o povo de Israel, mas chegou o tempo de sua velhice. O povo Israel agora vê a oportunidade de colocar sobre si um rei, como as outras nações.
Deus permite que Israel tenha um rei, e Saul é escolhido como rei de Israel. Saul é de boa aparência e tem os requisitos humanos que aparentava agradar, mas sua jornada demonstrou que ele tinha um caráter deformado, pois agiu várias vezes segundo os seus impulsos, colocando a sua coroa na “berlinda”. Foi quando Deus chamou a Davi, alguém segundo o Seu coração, e não segundo a aparência, para ocupar o lugar de rei de Israel. O reinado de Saul durou 40 anos, assim como o de Davi, que fora 7 anos e 6 meses reinados em Judá, em Hebron, e Rei de toda Israel, e Judá por 33 anos, em Jerusalém. O reinado de Davi foi marcado por muitos combates e vitorias, mas sua maior derrota foi quando ele adultera com a mulher de Urias, Bate-Seba. Davi tentou encobrir seu erro de diversas maneiras, mas como não deu certo, Davi planeja a morte de Urias, e consegue em campo de batalha, onde ordena que o deixem sozinho para morrer. A decisão de Davi marca seu reinado para sempre, pois abre para si uma palavra de maldição, dada por Deus através do profeta Natã, que deveria se cumprir, que foi a morte do filho que Bate-Seba, e “a espada não se afastará de sua casa”. E foi assim que, mais tarde, quando o seu filho Amnon tomou a força Tamar, deitando-se com ela, causando futuramente a morte dele pelas mãos de seu meio-irmão, irmão de Tamar, Absalão. Absalão que, mais tarde, incitado por Aitofel, conselheiro real, expulsa seu pai, o Rei Davi, de Jerusalém, e o persegue em marcha para o matar, mas acaba morrendo, e Davi acaba totalmente desestruturado por conta de tantas tragédias em sua casa.
Pouco tempo antes de sua velhice, Davi compra um local onde o anjo do Senhor tinha parado, devido a uma penalidade dos filhos de Israel, causando ao povo muitas mortes. O local onde seria o mesmo lugar onde Abraão sacrificaria Isaque, o monte Moriá, e decide que ali seria construído o Templo. Davi não pode construir o templo, por ser um homem de guerra e ter muito sangue nas mãos, mas prepara tudo para que seu sucessor pudesse construir.
Israel vive agora em uma realidade que tanto esperava, pois Davi, mesmo não construindo o templo, deixa tudo preparado para que Salomão, seu filho, pudesse construir.
O rei Salomão foi o terceiro rei de Israel, filho de Davi e Bate-Seba. O rei Salomão governou sobre Israel aproximadamente, 40 anos, entre 971 e 931 a.C. Salomão é conhecido por sua sabedoria, e por ser o rei que construiu o primeiro Templo de Jerusalém, e também o rei que construiu alianças com outras nações com muitos casamentos, adquirindo para si 700 princesas, e 300 concubinas. Essas mulheres eram princesas estrangeiras, incluindo a filha do Faraó, mulheres moabitas, mulheres amonitas, mulheres edomitas, mulheres sidônias e mulheres hititas.
Salomão recebe de Deus a sabedoria, pois orou, pediu sabedoria e entendimento para poder reger Israel. Deus se agradou do pedido de Salomão, pois ele não pediu a morte de seus inimigos, mas sim capacidade para reinar sobre Israel. Salomão foi o rei mais rico registrado na Bíblia, e amontoou para sim muito ouro e cavalos. Tudo isso contrário à palavra de Deus descrita em Deuteronômio 17:14-20. Salomão caiu em desgraça, e devido a suas muitas mulheres, levantou altares nos montes, e fez sacrifícios aos deuses pagãos dos estrangeiros, e adorou a Astarote, Milcon, Quemós e a Moloque. Na passagem de 1 Reis 11:4-8, descreve a abominação feita por Salomão, e por consequência, no verso 11, Deus diz “rasgarei de ti este reino, e darei a teu servo”. Deus levantou contra Israel um adversário, Haddad, o edomeu, que era descendente do rei de Edom, que fugira para o Egito, e achou graça aos olhos do faraó, que lhe deu a mão de sua cunhada. Sabendo ele que Davi e Joabe, seu general, já haviam morrido, procurou descer a sua terra natal. Deus também suscitou contra o reinado de Salomão, Rezom, filho de Eliada, que tinha fugido de seu senhor Hadadezer, rei de Zobá, contra quem também ajuntou homens, e foi capitão de um esquadrão, quando Davi os matou. Indo-se Rezom para Damasco, habitou ali e reinou em Damasco. E Rezom foi adversário de Israel, por todos os dias de Salomão, e isto além do mal que Hadade fazia, porque ele detestava a Israel e reinava sobre a Síria. Jeroboão, filho de Nebate, efrateu, de Zereda, servo de também, levantou a mão contra o rei.
Segundo a Bíblia, não há menção explícita de arrependimento do rei Salomão, mas, segundo a tradição rabínica, o livro Eclesiastes, foi escrito pelo rei já na sua velhice, dando a ele o crédito da dúvida sobre seu arrependimento, principalmente acerca da passagem de Eclesiastes 3.
A questão é que, com a morte de Salomão, seu filho, Roboão, agora assume o trono de Israel, mas devido à sua dura cerviz, segue o conselho de seus amigos e decide menosprezar o conselho dos anciões de Israel. A consequência disso já estava predita por Deus em 1 Reis 11, onde o reino seria dividido em dois, e a maioria dele sendo dada a Jeroboão.
O Reino de Israel agora estava dividido, e o povo que antes era um, agora foi repartido em dois, mas não em partes iguais. O reino de Israel, ou reino do Norte, foi formado pelas 10 tribos do norte, a capital era Siquém, e teve 19 reis durante a história de sua divisão, e foram eles, Jeroboão I, Nadabe, Baasa, Elá, Zinri, Onri, Acabe, Acazias, Jorão, Jeú, Jeoacaz, Jeoás, Jeroboão II, Zacarias, Salum, Menaém, Pecaías, Peca, e o último deles Oseias. O reino de Judá, ou reino do Sul, foi formado pelas tribos de Judá e Benjamim, e a sua capital era Jerusalém, e teve 20 reis durante a história de sua divisão, sendo eles Roboão, Abias, Asa, Josafá, Jeorão, Acazias, Atalia, Joás, Amazias, Azarias/Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias, Manassés, Amom, Josias, Jeoacaz, Jeoaquim, Joaquim, e o último deles Zedequias.
As nações que habitaram em Israel, Samaria, trouxeram seus deuses, como Sucote-Benote, Nergal, Asima, Nibaz, Tartaque, Adrameleque e Anameleque. No início da habitação dessas nações em Israel, Deus mandou leões para matá-los, mas eles não temeram. Mas não somente isso, mas Deus enviou seus oráculos, os profetas, para declarar suas transgressões e para que eles se voltassem e se arrependessem, mas não deram ouvidos, e sempre insistiram em seus pecados. Devido à adoração a deuses estrangeiros, Deus entregou o Reino do Norte aos assírios. Os assírios tinham um jeito muito peculiar de tratar o povo vencido: destruíam uma raça ou unidade de uma nação com misturas, ou miscigenação sucessivas. O processo empregado por eles está descrito na Bíblia em 2 Reis 17:24.
Assim como o povo do Norte, os habitantes do Reino do Sul também foram infiéis ao Senhor, sobretudo seus líderes políticos e religiosos. O mesmo pecado que levou os israelitas do Norte ao cativeiro também afetou a Judá. O poderio assírio perturbou muitas vezes a paz de Judá, porém essa ameaça desapareceu quando as armas babilônicas destruíram o poder dos assírios. O Império Babilônico agora passou a ser a grande preocupação de Judá. A palavra de exortação dos mensageiros de Deus foi desprezada. Os profetas foram perseguidos e alguns barbaramente mortos, e como resultado desse desatino dos judeus, o Senhor mandou-lhes Nabucodonosor, que os levou cativos à babilônia. Depois da queda de Samaria, Judá, como nação, durou um pouco mais de cem anos.
Durante a invasão, os babilônicos fizeram um cerco por aproximadamente 2 anos sobre Jerusalém, onde, em 586 a.C., a cidade se rendeu pela fome. Nebuzaradã, ministro de guerra da Babilônia, destruiu Jerusalém por completo, com muros, casas e o templo formoso, erguido por Salomão, também estava em chamas, e levou como despojo seus tesouros.
Não teria sido essa a primeira vez que os babilônicos levavam cativos os judeus. Em 605 a.C., Jeoaquim, rei de Judá, foi amarrado com cadeias de bronze, e nesta ocasião alguns judeus também foram deportados, como Daniel e Ezequiel. A segunda vez foi com Joaquim, filho de Jeoaquim, que reinou durante 3 meses e 10 dias. Na primavera do ano, Nabucodonosor o levou cativo, em 597 a.C., com sua mãe, servos, príncipes, oficiais, artífices e valentes, como descreve em 2 Reis 24:12-16. Na terceira e última invasão da Babilônia, Zedequias, rei-vassalo, constituído por Nabucodonosor, reinou durante 11 anos e rebelou-se contra o Império Babilônico, procurando apoio dos egípcios, o que culminou na fúria dos babilônicos. Zedequias e seus soldados tentaram fugir dos babilônicos, mas foram capturados. Seus filhos e príncipes foram mortos diante dele, e como castigo, seus olhos foram vazados, e depois ele foi levado à babilônia com os demais judeus.
Ao contrário dos assírios, os babilônicos tinham uma forma diferente de lhe dar com os povos dominados. Eles os levavam os cativos para sua metrópole, onde viviam agrupados em bairros, com a liberdade de cultuar o seu Deus e praticar todos os seus costumes. Os judeus continuaram a praticar alguns serviços religiosos, e mesmo com limitações, ainda tinham sacerdotes. Eles guardavam o sábado, circuncidavam, jejuavam, obedeciam às leis de Moisés, liam as escrituras, oravam na sinagoga e cultuavam a Deus ao modo judeu, mas ainda estavam em cativeiro. Durante o exílio, alguns profetas escreveram visões e mensagens. Muitos salmos e canções foram escritos, nos quais os autores deixaram transparecer a tristeza por estarem longe de Jerusalém.
De acordo com Jeremias (Jr. 25:11), a deportação deveria durar 70 anos, no fim dos quais os judeus voltariam para a sua pátria. Essa profecia começou a se cumprir quando um novo império entrou em cena, o Império Medo-Persa. O profeta Jeremias havia profetizado a tomada, a destruição e a desolação da orgulhosa Babilônia (Jr. 50; 51). O profeta Daniel também proclamou o fim da Caldeia (Dn. 5:28). Assim, diante da palavra do Senhor, a Babilônia, governada na época por Nabonido e Belsazar, foi destruída em 538 a.C., sob o comando de Ciro, o persa, e deixou ali Dario, o medo, e prosseguiu nas suas arrojadas conquistas. Poucos anos depois, em 535 a.C., os judeus tiveram permissão de retornar a Jerusalém. Foi o fim do cativeiro babilônico.
Vários líderes e profetas foram levantados para auxiliar os judeus a restaurar Jerusalém e ajudá-los a seguir e honrar a lei de Deus. Esdras e Neemias estão entre esses líderes. Entre os profetas destacam-se Ageu, Zacarias e, por último, Malaquias, que inspirou o povo a não se descuidar novamente da sua vida religiosa e a aguardar o “dia do Senhor” (Is. 2). Depois de Malaquias, começou o silêncio profético de 400 anos, que só seria interrompido com a pregação de João Batista. Nesse período, os judeus continuaram sob o domínio dos persas, depois vieram os gregos, incluindo os ptolomeus e os selêucidas, quando em seguida ocorre a revolta dos macabeus, e por último os romanos, em cuja vigência nasce o Senhor Jesus.
POR QUE OS JUDEUS PRECISAM SER LIBERTOS?
A história prova que os judeus que falavam com Jesus “... jamais fomos escravos” estavam mentindo para si, pois durante toda a história do homem, Israel e de Judá sempre passaram por escravidão, mas eles não aceitavam essa realidade. Jesus foi direto do que eles precisavam ser libertos. Em João 8:34, Jesus diz “todo o que comete pecado é escravo do pecado”. Sim, os judeus eram escravos do pecado, de suas escolhas e de seus desejos, mas não admitiam. Os judeus esperavam aquele que os pudesse livrar da opressão romana, mas a verdadeira opressão era espiritual. Muitos enfermos, endemoniados e oprimidos pelo sistema religioso eram excluídos, e nunca tiveram chance. Quando Jesus chega, Israel já não tinha mais nada se não obedecer a ritos, e criar outros demais, na esperança de Deus se voltar para o povo escolhido, e descendência de Abraão.
O povo queria alguém para culpar e para jogar suas mazelas, dores e responsabilidades em alguém, e acharam Jesus. Só não contavam que Jesus viesse para isso, levar nossa culpa.
Em João 8:36 diz: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”.
RESOLUÇÃO
Oque é liberdade? Segundo o dicionário, liberdade é condição de quem é livre. É a faculdade de decidir e agir segundo a própria determinação, (ou seja) livre-arbítrio. A palavra liberdade classifica o homem no qual tem o poder de tomar decisões e agir segundo os seus próprios conceitos, definindo-o como responsável pelos seus atos e dono de seus direitos.
1° O homem foi criado imagem e semelhança de Deus. (próximos, intimidade)
Gênesis 1: 26 (parti 1) E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.
2° Deus deu ao homem poder e domínio sobre a terra. (governantes)
Gênesis 1: 26 (parte 2) domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra.
3° O homem, mesmo sendo livre, devia obediência a Deus.
Gênesis 2: 16 Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim podes comer livremente;
17 mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.
Diferente dos tempos da lei, e diferente dos dias de hoje, no tempo da graça, Deus só exigiu de Adão obediência de um simples mandamento. A questão não era o fruto da árvore e sim a obediência em vê-la e não a tocar, de ver e não querer ser igual a Deus, pois a queda de Lúcifer foi justamente essa, querer ser igual a Deus, rebelar-se contra o Pai celestial, e colocar um trono acima do trono do Eterno, como em Isaias 14: 13 e 14 que diz “E tu dizias no teu coração: eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono; e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do norte; subirei acima das alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.”.
O que Satanás, o adversário, que outrora era Lúcifer, Portador ou Estrela da Manhã, queria de fato?
1º Satanás queria governar; o homem governava.
2° Satanás queria ser semelhante a Deus; o homem era a imagem e semelhança de Deus.
3º Satanás queria poder; Deus deu poder ao homem sobre toda a terra.
4º Satanás queria enganar; o homem foi enganado.
O homem deu ouvidos a Satanás e então desobedeceu.
Desobedecer, segundo o dicionário, é transgredir, infringir, desobedecer às leis, regras. O homem desobedeceu, virou transgressor, virou infrator, virou pecador e agora iria morrer. A desobediência do homem o levou a ser escravo. O homem agora era escravo do pecado.
Escravo, segundo o dicionário, é quem está sujeito a um senhor, como prioridade dele, e também é quem é dependente de alguém ou de alguma coisa.
O homem precisa ser liberto?
1° O homem estava afastado da presença de Deus. (distantes, estranhos)
2° O homem agora era servo do pecado, escravo de satanás. (escravo)
3° O homem passou a viver segundo os desejos da carne. (inimigos de Deus)
4° O homem estava condenado à morte devido ao pecado. (condenado à morte)
5° Mas Deus nunca se esquecerá do homem, e lhes fez uma promessa. (O Messias).
E quem é o Messias? O Cordeiro Ungido de Deus.
Em Isaías 9:6 diz: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe da Paz.”
E o nome dele é Jesus
O nome “Jesus”, é a forma latina do nome grego Iesoûs (Ἰησοῦς), que vem do nome hebraico Yeshua (יֵשׁוּעַ), que antes do cativeiro babilônico era falado como Yohoshua (Josué), que significa” Salvador”. Jesus é o salvador dos oprimidos, fracos, distantes estranhos, pecadores, drogados, viciados, alcoólicos, homossexuais, prostitutas, mendigos, homicidas, assaltantes, corruptos, falsificadores, enganadores, glutões e de todos os que o reconhecem como Filho de Deus, e que confessam o seu nome, e que estejam dispostos ao arrependimento.
Ele veio nos livrar das garras do diabo e nos tornar livres, e livres das amarras do pecado, que nos leva à condenação eterna.
Segundo o dicionário, libertar é desobrigar, ganhar alforria.
Existia um preço para sermos libertos, e existia uma condição, que exigia um sacrifício. Jesus se sacrificou, nos libertou, nos livrou das garras de satanás, e nos fez verdadeiramente livres.
Não existe mais véu, não existem prisões, não existe condenação, mas existe o sangue de Jesus, que nos purificou para todo sempre.
Por que nós, crentes, sempre precisamos ainda de libertação?
LIBERTAÇÃO é o ato de libertar.
Em Romanos 6:1 e 2 vai dizer: “Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que abunde a graça? De modo nenhum. Nós, que já morremos para o pecado, como viveremos ainda nele?”.
OU seja, já somos libertos!
Também em Romanos 6: 17 e 18 vai dizer: “Mas graças a Deus que, embora tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues; e libertos do pecado, foram feitos servos da justiça.”.
Ele, Jesus, já padeceu por nós.
Em Isaías 53: 2 – 5 diz também: “Pois foi crescendo como renovo perante ele, e como raiz que sai duma terra seca; não tinha formosura nem beleza; e quando olhávamos para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos. Era desprezado, e rejeitado dos homens; homem de dores, e experimentado nos sofrimentos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e carregou com as nossas dores; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.
Jesus completa o tema em João 8, no verso 36, onde diz: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres". Muitos querem que Jesus os liberte daquilo que não os pode afligir na eternidade, e se esquecem de que a maior libertação é ter o nome escrito no livro da vida, e a certeza de que Ele nos chamará pelo nosso nome e dirá: “vinde a mim, bendito de Meu Pai”.
Em Romanos 5:20 nos diz: “Sobreveio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça”.
Libertação é o estado de consciência onde o homem entende que precisa se arrepender, pois está escravo de seus pecados. O arrependimento irá fazer desse homem uma nova criatura, quando ele confessar que somente por Jesus Cristo ele pode ser livre da condenação preparada para os filhos da desobediência. Libertação é entender que em Cristo não há grilhões e nem ferramentas forjadas que possam nos deter, pois agora estamos sob o domínio de Cristo, e Ele é quem determina o próximo passo da nossa vida. Libertação é saber quem eu sou em Deus, e o que ele quer de mim, cumprindo o seu ide, e proclamando o Reino de Deus, até que ele venha.
Declare hoje que Jesus é o Senhor de sua vida. Declare que Ele é seu salvador e o deixe libertar de suas tristezas e vergonha. Não seja como os judeus descritos na passagem de João 8:33, que achavam que estavam livres, mas, na verdade, estavam presos em uma utopia, e que, na verdade, precisavam, sim, ser libertos. Jesus já pagou o preço pelos nossos pecados, e só depende de você dizer: eu aceito o seu amor, e o seu plano perfeito em minha vida.
BIBLIOGRAFIA
ARAI – Bíblia revista e Atualizada Interlinear
Dicionário do Google
Período Inter bíblico – 400 anos de silencio profético -Eneas Tognini – editora Hagnos

Glória a Deus! Ótimo artigo.
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