PRESERVAÇÃO DOS SANTOS

           PRESERVAÇÃO DOS SANTOS
 
                                   Uma análise histórica e teológica 
Por: José Márcio Moreira 



 
                           “ Estou plenamente certo de que aquele que começou a boa obra em vós há de completa-la até o dia de cristo Jesus” Fl1.6 
 
Introdução  
A preservação dos Santos ou segurança eterna é uma das doutrinas bíblica mais controversas. Quando nos deparamos com ela a primeira vez sujem várias dúvidas uma delas é: “Como assim, uma vez salvo, sempre salvo? ”. Esse estudo tratará de proporcionar aos leitores uma Visão geral de como importantes teólogos na história da igreja viram essa doutrina. A princípio mostraremos como os pais da igreja criam, passando pelos reformadores e por fim teólogos contemporâneos.  
Antes de começarmos é importante o leitor saber que esse tema traz consigo uma amplitude de temas coligados, Taís como: a graça de Deus, salvação, estado eterno, predestinação, etc. Esse tema também traz consigo muitas perguntas que são difíceis de responder, tais como: quando se dará salvação, no presente, passado ou futuro? A salvação depende do homem ou de Deus? Deus possibilita a salvação ou ele garante? E ainda estamos seguros em Deus ou não? Ao final deixarei alguma indicações de livros que lhe ajudará no entendimento dessas doutrinas. 
Dentro de todo o escopo bíblico vemos essa importante doutrina sendo revelada, quer seja no novo testamento ou no antigo testamento. Como dizia o cérebro pregador Charles Haddon Spurgeon “citar versículo sobre a perseverança dos Santos seria citar uma grande parte da Bíblia, pois ao meu ver, as escrituras estão repletas dessa verdade de Deus”.  
No período história da igreja os debates sobre esse tema surgiram a partir do século IV, como diz o teólogo brasileiro Rodrigo calça Lemos “os discursos até o quarto século concentraram-se na extensão do Canon, na pessoa do pai, na pessoa do filho, na pessoa do Espírito Santo, na igreja e nos sacramentos”.  
Então veremos na primeira parte desse estudo sobre a questão histórica, como os teólogos ao longo da história da igreja viram a perseverança dos Santos, na segunda parte entraremos a questão teológica e exegética. 
Que Deus nos abençoe!!! 
 
Parte 01- A perseverança dos Santos na história da igreja 
 
A primeira fase na história da igreja é conhecida como patrística, esse período vai da morte do último Apóstolo até o oitavo século(alguns colocam que vai até a reforma). Correspondendo a um período de formulação do cânon e da formalização das doutrinas bíblicas. Em relação a perseverança dos Santos nesse período citaremos alguns pais da igreja para entendermos como eles criam: 
Clemente de Roma (69 D.C): “É a vontade de Deus que todos a quem ele ama deveriam participar do arrependimento, e então não perecer com o incrédulo e impenitente. Ele estabeleceu isso por sua poderosa vontade. Mas se qualquer daqueles a quem Deus quer que participem da graça do arrependimento, deveriam depois perecer, onde está a sua soberana vontade? E como isto é resolvido e estabelecido por tal vontade dele?” 
Clemente de Alexandria (190 D.C): “A alma de um cristão nunca em qualquer tempo será separada de Deus... a fé, eu digo, é algo divino, que não pode ser despedaçada por qualquer amizade mundana, nem ser dissolvida por medo presente. ” 
Tertuliano (200 D.C): “Deus impediu que nós devêssemos crer que a alma de qualquer santo deveria ser retirada pelo demônio... pois o que é de Deus nunca é exterminado. ” 
Um documento importante do primeiro século por nome “Didaquê”, traz uma boa visão de como eles criam, veja abaixo: 
“Vigiem sobre a vida de vocês, não deixem que as lâmpadas se apaguem, não deixe que os cintos se soltem, fiquem preparados porque vocês não sabem a que horas o nosso senhor vai chegar. ”  
Veja que existe uma distinção de visão teológica dentro dos pais da igreja. Vemos que Clemente de Roma, Clemente de Alexandria, Tertuliano tinham uns indícios de uma certeza que Deus guardaria eles até o fim. Isso não significa que eles tinham uma base fundamentada e estruturada sobre a perseverança dos Santos. Mas, mostra-nos que alguns pais tinham essa certeza da Salvação e preservação. 
O didaquê pelo contrário mostra a necessidade de o cristão verdadeiro permanecer firme para que assim possa alcançar a promessa. Logo entendemos que não havia uma boa elaboração desse estudo até Agostinho que como veremos a seguir inicia o debate a respeito desse tema. 
AGOSTINHO DE HIPONA (354-430D.C) 
Agostinho ou Santo Agostinho foi grande expoente das doutrinas bíblicas na era patrística e grande influenciador de teólogos, tais como: Martinho Lutero, João Calvino, Teodoro Beza, etc. 
Nascia em 354 d.C. na pequena Tagaste, cidade da África do Norte, Aurélios Augustinus. Esse Teólogo foi o primeiro abrir debate sobre a perseverança dos Santos. Ele escreveu um tratado sobre este tema em 428 ou 429d.c. no contexto da controvérsia com Pelágio, que era o seu oponente teológico. O teólogo britânico Pelágio não cria na predestinação, pecado original e na necessidade do homem se salvo por Deus.  
Voltando nossos olhos a perseverança dos Santos em Agostinho, vemos que o primeiro ser destacado é a frase de Agostinho que diz “eu afirmo... Que a perseverança pelo qual nós permanecemos em Cristo até o fim é dom de Deus. ” Agostinho entendia que não é o esforço humano ou mérito, mas a graça de Deus que capacita o homem a crer e continuar crendo em Cristo.  
Para esse teólogo africano O que diferencia um homem em persevera em detrimento a outro que não persevera, é a predestinação incondicional, pois aquele a quem Deus protege destino e somente esses, perseveraram na fé. Ele diz “aquele que fala em perseverar, não fui chamado o segundo plano de Deus, e nem escolhido em Cristo de acordo com o propósito de Deus”. Logo o motivo de alguns perseverarem e outros não, é porque Deus assim o quer, e assim determinou que acontecesse. 
O bispo de hipona disse “a graça que inicia a fé no homem é que o capacita para perseverar até o fim, não é dada por conta dos nossos méritos, mas é dada consoante seus secretos, Justos e sábios e beneficente vontade de Deus”. Desde que aquele que ele predestinou, a eles também chamou, com aquele chamado no qual se diz “os dons e chamado de Deus são sem arrependimento”. 
 Agostinho interliga os pontos de sua visão teológica, a perseverança dos Santos dar-seá pela predestinação incondicional. Vale ressaltar que para esse teólogo nenhum cristão pode ter infalível certeza que é um eleito, e consequentemente, não pode saber se vai perseverar até o fim, por isso o crente precisa viver em constante dedicação a Deus, esforçando-se para perseverar até o final. 
 
TOMÁS DE AQUINO (1225-1274 d.c) 
Teólogo italiano e padre católico da ordem dos pregadores. Nascido em Roccasecca, Itália em 1225.  
Aqui em sua suma teológica, afirma que a perseverança tem pelo menos três sentidos: 
1- Disposição ou hábito mental pelo qual diante das provas que ele assalta, um homem permanece firmemente apegado a sua virtude 
2- A intencionalidade do agente moral- perseverança é a inclinação pelo qual o homem tem o propósito de perseverança no bem até o fim. 
3- Perseverança no sentido teológico é a continuação no bem até o final. 
Note que Aquino coloca a ênfase no perseverar do homem, o homem tem obrigação se quiser ser salvo de perseverar até o fim. Diferente de Agostinho,  Aquino não acreditava na preservação do Crente. Esse teólogo italiano entendia que a perda da salvação dar-se-á pelo mau uso do livre arbítrio, quando o homem deixa de olhar para graça de Deus, ele perde sua salvação. 
MARTINHO LUTERO (1483- 1546 d.c) 
Martinho Lutero, O grande teólogo alemão, iniciador da reforma na Alemanha. Nasceu em 4 de novembro de 1483 o grande Martinho Lutero, em Eisleben, Alemanha. 
Esse importante reformador não estabeleceu bem suas afirmações sobre esse tema, basicamente sua visão era semelhante à da igreja católica da época, diferenciando apenas no ponto da certeza da Salvação, Sob a experiência da Graça. 
Martinho Lutero ficou horrorizado pelo fato do Papa ter banido completamente a certeza e a segurança do crente na graça. Para Lutero o sermão verdadeiro é “aquele que assegura o crente sobre como ele permanece em Deus é verdadeiro e apresenta a pura palavra de Cristo, o sermão que não fala sobre isso é uma mentira e doutrina diabólica”.  
Ao mesmo tempo que ele crer na certeza da Salvação, também crê na possibilidade da perda da salvação. Ele diz “estou seguro em Cristo, mas inseguro em mim mesmo”. O homem que não vigiar segundo esse reformador tem a possibilidade de perder sua salvação, mesmo se for um crente batizado que já foi justificado por Deus. 
 
JOÃO CALVINO (1509-1564 D.C) 
Nascido em Noyon, França. Calvino foi reformador em Genebra, teólogo, líder religioso, escritor e grande visionário. 
Acerca da segurança em Cristo Calvino é bem claro “quando Cristo declara que toda planta, que meu pai celestial não plantou, ser arrancada (Mt15.13) e aqueles que foram radicados em Deus nunca pode ser afastado da salvação”. 
Calvino faz distinção entre igreja visível e invisível. O crente que faz parte da igreja visível nem sempre foi regenerado, por mais que ele tenha feito uma confissão pública ou seja participante dos sacramentos. O que determina se a pessoa faz parte da igreja invisível ou não é o decreto soberano de Deus. Para ele por mais que o crente faça parte da igreja visível nem sempre foi regenerado por Deus, esse é o joio. Mas, o crente que faz parte da igreja invisível não ser arrancado pois este é o trigo. 
A lógica desse teólogo francês é simples de entender, todo aquele que o pai escolheu incondicionalmente, virar a ele de forma irresistível, e esses foram os que Cristo comprou com seu sangue, somente esses permaneceram firmes até o final. 
Na morte de Cristo é substitutiva logo o preço da salvação dos eleitos já foi pago consequentemente eles serão salvos. A semelhança de Lutero, João Calvino cria na certeza da Salvação, mas também cria que o eleito não pode cair da Graça. 
Em relação ao que se desviam, Calvino escreveu em seu comentário de hebreus 6.4 “pode o réprobo gozar um sabor da Graça... O espírito pode produzir algum despertar inicial, o mesmo é réprobo o qual depois desaparece, tanto porque não enraíza suficientemente e profundamente, ou porque murcha sendo sufocada”. Uma pessoa pode experimentar sentimentos de remorsos contra o pecado, fazer confissão pública de fé e mesmo assim não ser verdadeiramente regenerada, é passageira e não pode ser confundida com a genuína fé salvadora que permanece para sempre. 
Calvino crer na regeneração irreversível, mas o crente precisa continuar alimentando sua alma, pois o que determina que alguém foi eleito é a sua perseverança na fé. 
 
JACÓ ARMÍNIO (1560-1609 D.C) 
Jacó ou Jacob Armínio nasceu em 10 de outubro de 1560, em Oudewater, Holanda. Foi proeminente pregador, professor e escritor. Teve como opositor Franciscus Gomarus, foi discípulo de Teodoro Beza e opositor do mesmo. 
Keith Stanglin estudioso e teólogo Arminiano diz que Arminio faz distinção entre O crente e o eleito. Para Armínio segundo Stanglin “a eleição de nota não apenas a Crença, mas a perseverança, todo eleito é um crente, mas nem todo crente é um eleito. 
Essa citação mostra que para Armínio Deus segundo a presciência escolhe aqueles que creriam e permaneceriam crendo em Cristo. Logo, se Deus viu quem cria e permaneceria crendo, os eleitos não podem perder a salvação, pois se perdessem a presciência de Deus teria falhado(citação de Augusto Vailatti). Porém, para Armínio, existe os crentes, esses Deus por algum motivo não previu a fé, nem a permanência nessa mesma fé. Esses crentes podem sim perder a salvação, mas podem também alcançar a salvação pela permanência na fé. 
Exatamente por esta distinção entre crente eleito muitos não entendem a perseverança dos Santos em Armínio, pois algumas vezes ele disse que o eleito está seguro em Deus, e outras vezes ele disse que o crente pode cair da Graça. 
Observe essas citações de Armínio tirada de um artigo: 
VI- os regenerados podem, por seus pecados, entristecer o Espírito Santo, de sorte que pode por um tempo, até que eles permitam ser conduzidos de volta ao arrependimento, ele (O Espírito) não exerce seu poder influência neles. 
VII- alguns regenerados dessa forma pecam, e consequentemente eles entristecem o Espírito Santo. 
VIII- se Davi tivesse morrido naquele momento em que pecou contra Urias por adultério e homicídio, ele teria sido condenado à morte eterna. 
 
Veja como a visão da perda da salvação está explícita nesse artigo. Agora veja outra situação na sua declaração de sentimentos: 
“Tais pessoas foram enxertadas em Cristo, através de uma fé verdadeira, e consequentemente foram feitas participantes do Espírito Santo que dar vida, esses crentes tem poder suficiente para lutar contra Satanás e vencer o pecado, o mundo e sua própria carne, e ganha Vitória, contudo não sem ajuda da Graça do mesmo Espírito”. 
Em sua obra contra Perkins ele afirmou que não usaria facilmente dizer que é uma fé verdadeira e salvadora total finalmente se perde. 
Em suma, Armínio assevera a perseverança dos Santos para os eleitos, e a possibilidade da perda da salvação para os crentes. 
 
JOHN WESLEY (1703- 1791 D.C) 
 
Clérigo anglicano e teólogo arminiano clássico do século 18, pai do movimento metodista e grande avivalista. Nascido em 28 de julho de 1703, em Epworth- Reino Unido. 
A princípio, quando jovem esse avivalista cria na perseverança dos Santos. Visto que foi influenciado pelos puritanos e moravianos. Mas mudou o seu posicionamento posteriormente para o arminianismo clássico. 
O biógrafo Mates Leliévre coloca: “ ele (WESLEY) rechaçado a doutrina calvinista da perseverança dos Santos, assim como também reprovava a predestinação absoluta isso mediante uma referência rigorosamente lógica, eu aceitar liberdade e responsabilidade do homem como ponto de partida na vida cristã, o espírito santo não podia posteriormente despojar os Depois dessa prerrogativa tão perigosa. A possibilidade da apostasia tão claramente ensinada nas escrituras é uma demonstração constante para todos” 
Vamos então que para o Wesley a base da possibilidade da perda da salvação e a liberdade do homem em rejeitar, que segundo ele é uma verdade bem difundida nas escrituras. 
Não sou importante sermão “pensamentos sobre a perseverança dos Santos” ele diz: 
“Se as escrituras são verdadeiras aqueles que são santos ou justos no julgamento do próprio Deus, os que possuem fé que purifica o coração, que produz uma boa consciência, inscrição Ramos da verdadeira videira, de que Cristo diz eu sou a videira verdadeira vós as varas, os que de modo conhecer a Cristo, que através desse conhecimento escaparam da poluição do mundo. Os que vem a luz da glória de Deus no rosto de Cristo e que são participantes do Espírito Santo, os que são santificados pelo sangue da aliança, podem, contudo, 
CAIR DA GRAÇA E PERECER ETERNAMENTE”. 
Para esse grande teólogo cristão podia ter a certeza da salvação, mas não podia crer na segurança da salvação. 
 
PARTE 02- ANALISE TEOOGICA DA DOUTRINA DA PRESERVAÇÃO DOS 
SANTOS 
I-  EXPOSIÇÃO DA DOUTRINA DA PRESERVAÇÃO DOS SANTOS 
O Deus que segundo as escrituras elegeu algum segundo conselho de sua vontade, dar bondosamente e eficazmente de sua graça, para que os eleitos possam crer em Cristo, e continuar dando de sua graça subsequente, para que os eleitos em Cristo possam continuar crentes em Cristo. 
Berkof defini a preservação dos Santos como: a continua operação do Espírito Santo no crente, pelo qual a obra da Graça divina, iniciada na oração, tem prosseguimento esse completa. Os crentes continuaram de pé até o fim porque Deus não abandona sua obra. 
Note que a preservação dos Santos e a conclusão lógica dos cinco pontos do calvinismo, o homem estava caído da Graça, Deus bondosamente o escolheu, aos que Deus escolheu vem irresistivelmente, tornam-se participantes da obra de Cristo na cruz do calvário e consequentemente perseveram até o fim. 
II- OBJEÇÕES A DOUTRINA DA PRESERVAÇÃO DOS SANTOS 
1- Não se harmoniza com a liberdade humana- dizem que a doutrina da preservação é incoerente com a liberdade do homem. A liberdade dormi conduzida pela soberania de Deus, Deus inclina o coração do homem para ama-lo. 
A verdadeira Liberdade consiste exatamente na autodeterminação rumo à santidade. Sem essa direção do Espírito Santo na vida do homem, ele viveria na carne. Pois enquanto estivermos aqui teremos a inclinação pecaminosas. 
2- A preservação dos Santos conduz a imoralidade- dizem que leva ao comodismo espiritual, uma vida sem santidade. 
      Contudo vemos em Efésios 1. 4 que “Deus nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos Santo”. Note somos chamados não porque somos Santos, mas para sermos Santos. 
A vida do crente é um processo que vai desde a regeneração, justificação a santificação, e por fim a glorificação. A simplificação é um degrau na vida do eleito que não pode ser pulado. No processo para salvação e claro nas escrituras e a santidade faz parte desse processo. 
Essa objeção não tem fundamento, pois em romanos 6.1-2 diz 
“permaneceremos no pecado para que a graça seja mais abundante? De modo nenhum, como viveremos do pecado nós Que morremos para o pecado”. 
3- A preservação dos Santos é contrária as escrituras 
Por haver na palavra de Deus diversos textos que advertem contra a queda, os opositores dessa doutrina dizem que ela é falsa. 
Textos como: Mt24.13; Cl1.23; Hb2.1; Hb6.11; 1Jo2.6 segundo os opositores faz dessa doutrina falsa. Mas, essas situações mostram necessidade de o crente perseverar até o fim. Porque de fato só persevero aqueles que foram eleitos. Muitos textos de aparentes apostasias, tais como: 1tm1.19-20; 2Tm2.17-18; 2Pd2. 1-2, mas esses textos nos provam a alegação de que os cristãos verdadeiros podem decair da Graça, mas siri reconciliados de novo pela graça de Deus, se isso não acontecer porque de fato não era um eleito. A Bíblia é bem clara e mostrar que as pessoas que até professam a fé em Cristo, mas não são de fatos crentes em Jesus. 
João fala “saíram de nós, entretanto, não eram dos nossos, porque se fosse dos nossos, teria um permanecidos” (1Jo2.19). 
 
 
III- PROVAS BÍBLICAS DA DOUTRINA DA PRESERVAÇÃO DOS 
SANTOS 
 
Existe em toda a Bíblia citações diretas que apontam para uma preservação por parte de Deus na vida do eleito. Veja abaixo: 
As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; 
E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. 
Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai. 
(João 10:27-29) 
Estamos seguros nas mãos de Deus. 
“Por que os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis” (Rm11.29) 
O contexto refere-se ao chamado de Israel, mas mostra também que nós como igrejas do Senhor, que foram chamados mediante o decreto irrevogável, estamos guardados em Deus  
“Estou plenamente certo de que aquele que começou a boa obra em vós há de completála até o dia de Cristo Jesus”. (Fl1.6) 
“Todavia o senhor é fiel; ele vos confirmará e guardará do maligno”. (2Tm3.3) 
“E por isso, estou sofrendo essas coisas: todavia não me envergonho, porque sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia”. (2Tm1.12) 
Veja Jeremias 31.40 “ todo vale busca da veres e das cinzas todos os campos até o Ribeiro cedrom, até a esquina da porta dos cavalos para o oriente, serão consagrados ao Senhor. Esta Jerusalém jamais será desarraigada ou destruída” 
Aqui Deus promete que na Nova aliança haveria uma aliança que jamais seria quebrada. 
 
IV-A SALVAÇÃO DEPENDE DE DEUS OU DO HOMEM? 
Comece esse ponto dizendo que se a salvação dependesse do Homem ninguém jamais seria salvo. Os discípulos disseram a Jesus “ouvindo isto, os discípulos ficaram grandemente maravilhados e disseram: sendo assim quem pode ser salvo? Jesus, fitando os olhos neles, disselhes: isso é impossível aos homens, mas para Deus tudo é possível”.  
Efésios 2. 8 e 9 o apóstolo Paulo disse que a salvação é operada pela graça de Deus mediante a fé, e que isso não viria pelas obras dos homens, mas seria uma obra exclusiva de Deus. 
Aqui entramos em um ponto importante, não somos salvos por nossas obras, mas pela obra de Cristo imputada a nós. Segundo Berkof “ a justiça de Cristo constitui a base perfeita para justificação do pecador” é a obra de Cristo na cruz que garante a nossa salvação. O homem estava morto em delito e pecado conforme está explícito na Bíblia, nós não poderíamos ser os agentes da nossa salvação, o homem necessitava de um resgatador, remidor e salvador. 
Cristo comprou para Deus um povo, ele na cruz não somente possibilitou a salvação, ele garantiu a salvação. 
 
V- A MORTE SUBSTITUTIVA DE CRISTO 
 
A expiação substitutiva é a base para perseverança dos Santos. As escrituras falam que todos os homens estavam mortos para Deus (Ef2.1) separados da comunidade eleita (Israel). E seus pecados os condenaram e essa condenação era certa, passaremos toda eternidade sem Deus no inferno. Porém o que aconteceu, quando Cristo veio à terra e morreu em nosso lugar, tivemos nossa condenação tirada, agora veio a absolvição. 
Veja esses versículos: 
2Co5.21 “ Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós” 
1Pd2.24 “Carregando ele mesmo em seu corpo, no madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça...” 
1Pd 3.18 “ porque Cristo morreu por nós, uma única vez, pelos pecados. ” 
Veja que nesses versículos mostram uma justificação nossa na condenação de Cristo. 
Veja também Isaías 53.5 que diz, “ mas ele foi transpassado pela nossa transgressão e moído por nossa iniquidade...” 
As bases da nossa preservação estão nesses versículos que nos mostra que Cristo pagou o preço da nossa salvação de uma vez por todas, Ele apagou a cédula da morte queria sobre a nossa vida. Logo “nenhuma condenação há para quem está em Cristo Jesus o nosso senhor”, não há mais condenação para os justos pois Cristo é a nossa liberdade. 
Seria injusto da parte de Deus cobrar de nós uma conta de já foi paga, Cristo já quitou na cruz o preço da nossa salvação. Podemos ser julgados duas vezes por um mesmo erro? A resposta é, Não! 
Cristo já garantiu a nossa salvação, ele te ajudará a perseverar, a ir até o fim... 
 
CONCLUSÃO 
Vemos nesse tratado sobre a preservação dos Santos A análise histórica, e na segunda parte vimos análise teológica, vimos que a segurança da salvação consiste em Deus nos guardar da queda. 
Jesus orou pedindo para que “ não deixeis cair em tentação”, o apóstolo Judas disse na sua carta “aquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e para vos apresentar diante de Deus com exultação, imaculados”. 
Esse é o Deus que nós servimos ele concluirá a obra já começada em nós. 
 
 
 
 
  Bibliografia e indicação de livros 
 
• Institutas da Religião cristã, John Calvino 
• Firmes, um chamado a perseverança dos Santos, John PIPER, Justin 
Taylor 
• Teologia sistemática, Alister McGrath 
• Perseverança dos Santos, Charles spurgeon 
• Cinco pontos do calvinismo, John PIPER 
• Teologia sistemática, Louis Berkof 
• Perseverança dos Santos, Keith Stanglin 
• Documentos da Igreja Cristã, Betterson 
• Enciclopédia de teologia e filosofia, Russell Norman champlin 
• Teologia histórica, Alisson Gregg 
• Didaquê 
• Os pais apostólicos, Lightfoot  
• Do céu Cristo veio buscá-la, David Gibson e Jonathan Gibson  
• Porque em Cristo morreu? David Allen 

 
 
 

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