DÍZIMO: LEGALISMO OU GRAÇA?
DÍZIMO: LEGALISMO OU GRAÇA?
SUMÁRIO
1. O significado do termo "Dízimo".
2. Os Teólogos e o Dízimo.
3. O Dízimo e a teologia da prosperidade.
4. O verdadeiro significado da contribuição.
5. Argumentos a favor do Dízimo.
6. Argumentos contra o Dízimo.
7. Dízimo e Hermenêutica: dois modelos de interpretação.
Bibliografia
Apêndice: Legalismo ou Graça ?
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1. O SIGNIFICADO DO TERMO "DIZIMO"
A palavra "dízimo" tem origem tanto no Hebraico quanto no Grego, com significados semelhantes relacionados à ideia de "décima parte".
No Hebraico o termo usado é "MAASER"que literalmente quer dizer “décima parte” de algo.
No Grego, a palavra é "DEKATE" que também significa literalmente “décima parte” de algo.
Em resumo, tanto no hebraico quanto no grego, a ideia central do dízimo é sempre a oferta de 10% dos bens ou rendimentos, geralmente como ato de adoração ou obrigação religiosa.
No latim, o termo usado é "DÉCIMUS", e apresenta o mesmo significado do Hebraico e do Grego, isto é, a décima parte de algo,
No contexto do Antigo Testamento o dízimo se relaciona a uma contribuição obrigatória equivalente a 10% dos ganhos em determinado período.
2. OS TEÓLOGOS E O DÍZIMO
O dízimo é defendido e também criticado por vários teólogos ao longo da história, especialmente dentro das tradições cristãs protestantes e católicas.
Justino Mártir ( 100 - 165 d.c.)
Não ensinava o dízimo como obrigação cristã e afirmava que o dízimo legalista do Antigo Testamento fora substituído pela generosidade cristã por meio da oferta.
Tertuliano ( 160 - 220 d.c.)
Não via o dízimo como uma obrigação cristã, pois ele afirmava que não havia imposição para o dízimo e sim as ofertas que serviam para as obras de caridade. Afirmava que a generosidade espontânea substituía o dízimo legalista no Antigo Testamento.
Irineu de Lyon (130–202 d.C.)
Argumentava que os cristãos estavam livres da Lei Mosaica, incluindo o dízimo e com essa tese defendeu que a nova prática era a caridade e a oferta voluntária, em vez de um percentual fixo.
Orígenes (184–253 d.C.)
Via o dízimo como uma prática judaica que não se aplicava mais aos cristãos e defendeu a tese que o cristão deveria dar conforme sua consciência e amor pelo próximo
João Crisóstomo (347–407 d.C.)
Ensinava que os cristãos deveriam ser mais generosos que os judeus, mas não impunha o dízimo como regra fixa.Dessa forma, via o dízimo como um exemplo, mas não como uma obrigação legal.
Agostinho ( 354 - 430 d.c.)
Defendeu a doutrina da contribuição voluntária, não o dízimo fixo, apesar de relatar que o dízimo podia ser contribuído sem o uso do legalismo, e sim espontaneamente. Dessa forma, Agostinho reconhecia o dízimo como uma prática do Antigo Testamento, mas não o via como obrigação para os cristãos.
Martinho Lutero (1483-1546)
Embora Lutero não tenha defendido um dízimo obrigatório como no Antigo Testamento, ele reconhecia que a contribuição financeira para a igreja era essencial para a manutenção do clero e das obras sociais, e dessa forma, Lutero via o dízimo como importante mas não como uma obrigação.
John Wesley (1703-1791)
Fundador do metodismo, Wesley ensinava sobre a importância da contribuição do dízimo para a igreja, embora defendia a tese que a doação deveria ser voluntária e de acordo com a prosperidade de cada um. Como isso, Wesley tinha o dízimo como importante mas não como uma obrigação conforme o dízimo no Antigo Testamento.
Charles Finney (1792-1875)
Pregador avivalista que defendia que os cristãos deveriam dar para sustentar o ministério e a evangelização.
Billy Graham (1918-2018)
Graham frequentemente falava sobre o dízimo como uma prática bíblica e um ato de fidelidade a Deus, incentivando os cristãos a doarem regularmente.
Kenneth Hagin ( 1917-2003)
Defendia o dízimo como uma chave para bênçãos financeiras, baseado na teologia da prosperidade.
Oral Roberts (1918–2009)
Defensor da teologia da prosperidade, ensinava que o dízimo era uma "semente de fé" que resultava em bênçãos financeiras.
Creflo Dollar (1962 – Presente)
Defendeu o dízimo por muitos anos, mas recentemente mudou de posição, afirmando que os cristãos devem dar por graça, não por obrigação.
Edir Macedo (1945 – Presente)
Defende o dízimo como um princípio obrigatório para todos os fiéis, e através dessa prática os fiéis serão recompensados com bênçãos em todos os setores de suas vidas.
Hernandes Dias Lopes ( 1959 - Presente
Ensina que o dízimo é uma prática anterior à Lei (como no caso de Abraão) e um princípio que continua válido no Novo Testamento. Ele não vê o dízimo como uma obrigação legalista, mas como uma expressão de gratidão e fidelidade a Deus. Costuma enfatizar a generosidade e o coração por trás da contribuição.
Augustus Nicodemus Lopes ( 1954 - Presente )
Defende que o dízimo era parte da legislação do Antigo Testamento para Israel, e não uma exigência para a igreja neotestamentária. Em seus ensinos, Augustus diz que os cristãos devem contribuir generosamente e com alegria, mas não sob a obrigação de dar 10%.
R. R. Soares ( 1947 - Presente )
Ensina que o dízimo é uma obrigação espiritual, diretamente ligada à fé e à prosperidade. Ele também segue a linha da teologia da prosperidade, associando a fidelidade financeira a recompensas divinas, tanto espirituais quanto materiais.
Rick Warren (1954 – Presente)
Afirmou que o dízimo é um princípio bíblico e por isso é de extrema importância essa prática nas igrejas dos dias atuais.
João Calvino (1509–1564)
Argumentava que o dízimo fazia parte do sistema da Lei Mosaica e não era uma obrigação para os cristãos.
Ele defendia que a igreja deveria ser sustentada por doações voluntárias.
Charles Spurgeon (1834–1892)
Ensinava que as ofertas deveriam ser feitas com alegria e não por obrigação e que o dízimo era uma "forma judaica de tributação", não um mandamento para os cristãos.
John MacArthur (1939 – Presente)
Defende a tese que o dízimo foi abolido na nova aliança, e que os fiéis devem contribuir com generosidade no sentido de promover uma oferta voluntária longe do legalismo.
Andreas Köstenberger (1957 – Presente)
Argumenta que não há base no Novo Testamento para impor o dízimo.
David Croteau (????? - Presente)
Promoveu a analise de diferentes interpretações sobre o dízimo e concluiu que o dízimo não é obrigatório para os cristãos.
Russell Earl Kelly ( ????? - Presente)
Argumenta que o dízimo era parte do sistema legalista de Israel no Antigo Testamento e não se aplica aos cristãos hoje.
3. O DÍZIMO E A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE
O dízimo é um dos principais pilares da Teologia da Prosperidade, uma corrente teológica que ensina que Deus deseja que os cristãos sejam prósperos financeiramente e que as bênçãos materiais são uma recompensa pela generosidade do dízimo por parte do fiel dizimista.
A Teologia da Prosperidade ensina que dizimar é plantar uma semente que trará colheitas abundantes.
Citam Malaquias 3:10, onde Deus promete abrir as "janelas do céu" para aqueles que entregam o dízimo.
“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal que dela vos advenha a maior abastança.”
A Teologia da Prosperidade afirma que aqueles que não dizimam estão "roubando a Deus" (baseado em Malaquias 3:8) e, por isso, não recebem bênçãos financeiras.
A teologia da prosperidade está presente nas igrejas neopentecostais dos dias atuais que ensinam a prática do dízimo como uma "chave para desbloquear a prosperidade".
A Bíblia nunca ensina que o dízimo deve ser usado para obtenção de riquezas pessoais, pois no Antigo Testamento, o dízimo era destinado ao sustento dos levitas, das festas religiosas e dos pobres (Números 18:21-26, Deuteronômio 14:28-29), e dessa forma, a Teologia da Prosperidade está totalmente equivocada com o verdadeiro significado do dízimo no Antigo Testamento, por transformar o dízimo em uma transação comercial com Deus, ao invés de um ato de generosidade.
Em relação ao Novo Testamento, o mesmo ensina que as pessoas devem contribuir voluntariamente, mas não estabelece um percentual fixo de 10% tal como registrado no Antigo Testamento, pois o ensino fundamental é dar com alegria, não por obrigação conforme 2 Coríntios 9:7:
“Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza ou por necessidade, porque Deus ama ao que dá com alegria.”
Como isso, a Teologia da Prosperidade impõe o dízimo como uma obrigação legalista, o que vai contra o ensino da graça no Novo Testamento.
4. O VERDADEIRO SIGNIFICADO DA CONTRIBUIÇÃO
O dízimo era usado no Antigo Testamento para sustentar os levitas e sacerdotes (Números 18:21-24), e também no Novo Testamento, Paulo ensina que aqueles que pregam o evangelho devem viver do evangelho (1 Coríntios 9:13-14), embora o Novo Testamento não ordene explicitamente o dízimo, apesar de Jesus mencionar o dízimo em Mateus 23:23 sem condenar essa prática.
Muitos argumentam que, mesmo que a lei mosaica não se aplique aos cristãos, o princípio da generosidade e sustento da igreja permanece válido, pois os cristãos devem ser generosos e contribuir para a obra de Deus, seja através do dízimo literal (10%) ou de ofertas voluntárias conforme Deus colocar no coração de cada um.
5. ARGUMENTOS A FAVOR DO DÍZIMO
Os defensores do dízimo baseiam seus argumentos em textos bíblicos.
No Antigo Testamento os textos de Gênesis 14.18-20 e Malaquias 3.10 são os mais citados pelos defensores:
Gênesis 14:18-20
"Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho, ; era sacerdote do Deus Altíssimo; abençoou ele a Abrão e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, que possui os céus e a terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus adversários nas tuas mãos. E de tudo lhe deu Abrão o dízimo."
Malaquias 3:10
“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós benção sem medida."
Além desses textos Bíblicos, argumentam que o dízimo era usado no Antigo Testamento para sustentar os levitas e sacerdotes conforme Números 18:21-24 e Números 18.26-28 afirma que os Levitas teriam que dar o dízimo ao Sumo Sacerdote, pelo seu ministério específico.
Relatam que no Novo Testamento, Paulo ensina que aqueles que pregam o evangelho devem viver do evangelho conforme 1 Coríntios 9:13-14 e, embora o Novo Testamento não ordene explicitamente o dízimo, Jesus menciona a prática em Mateus 23:23 sem condená-la, o que dá a entender que o dízimo é uma prática válida para os dias atuais.
Os defensores do dízimo argumentam que, mesmo que a lei mosaica não se aplique aos cristãos, o princípio da generosidade e sustento da igreja permanece válido, o que não invalida o dízimo para os dias atuais.
6. ARGUMENTOS CONTRA O DÍZIMO
O dízimo tem sido criticado por diversos estudiosos bíblicos que defendem a graça e a liberdade cristã sobre a obrigação legalista.
Afirmam que a prática do dízimo era uma exigência específica para a nação de Israel, incluindo alimentos e animais conforme Levítico 27:30-32
Argumentam que em Mateus 23:23, Jesus menciona o dízimo, mas Ele estava falando com fariseus que ainda viviam sob a Lei e isso não faz parte da nova aliança que começou após sua morte e ressurreição.
Argumentam que o Novo Testamento enfatiza a generosidade e não um valor fixo de 10%, isto é, o dízimo conforme 2 Coríntios 9:7:
“Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria.”
Não há nenhum versículo no Novo Testamento que ordene um percentual específico de contribuição referente a 10%, e em Atos 4:32-35, os primeiros cristãos compartilhavam tudo em comum e davam conforme a necessidade, sem mencionar um percentual fixo o que dá a entender que os cristãos devem contribuir voluntariamente, conforme sua capacidade e desejo, pois a generosidade é incentivada como um ato de fé e amor e não através de um modelo legalista.
7. DÍZIMO E HERMENÊUTICA:
DOIS MODELOS DE INTERPRETAÇÃO
O estudo do dízimo (10%) relatado nas Escrituras Sagradas tem como ponto de partida a disciplina da exegese e hermenêutica que envolve uma análise detalhada das Escrituras, levando em consideração o contexto histórico, literário e teológico.
Partindo do argumento a favor do dízimo e promovendo a refutação contra o dízimo, ganharei tempo em apresentar os pontos fortes e fracos de ambos os lados em apenas uma explicação e não duas.
Dessa forma, irei usar o modelo de ensino argumento-refutação na qual o argumento sempre irá apontar a favor do dízimo e a refutação contra o dízimo.
O leitor pode inverter o modelo de ensino se assim desejar ao colocar o argumento contra o dízimo em primeira leitura e a refutação a favor do dízimo na sequência.
* Gênesis 14.18-20.
O Dízimo é um princípio antes da Lei Mosaica, pois em Gênesis 14:18-20, Abraão deu o dízimo de tudo a Melquisedeque. Como esse episódio ocorreu antes da Lei, significa que o dízimo é um princípio eterno, não apenas uma exigência mosaica.
Os estudiosos que não concordam com esse posicionamento afirmam que o texto de Gênesis 14.18-20 não indica que Abraão deu o dízimo como uma prática contínua, e sim que Ele o fez uma única vez, e não há mandamento divino nesse contexto.
* Gênesis 28:20-22.
A prática do dízimo já existia antes da Lei, pois Abrãao deu o dízimo a Melquisedeque e Jacó promete dar o dízimo a Deus, mostrando que é um princípio voluntário que honra a Deus.
Porém, os estudiosos que não concordam com essa forma de entender o texto de Gênesis 28.20-22, afirmam que a promessa de Jacó era condicional, isto é, ele só daria o dízimo se Deus o abençoasse primeiro, o que não indica uma obrigação universal.
* Levítico 27:30-32.
O dízimo da terra, seja dos cereais do campo, seja do fruto das árvores, é declarado como santo e pertencente a Deus e o mesmo através do contexto histórico do povo de Israel durante a Lei de Moisés é um princípio Divino, um mandamento de Deus para o povo Judeu seguir e obedecer e dessa forma, o dízimo é válido para os dias atuais.
Para os estudiosos que são contra essa interpretação, afirmam que o dízimo no contexto da Lei era parte do sistema agrícola de Israel e incluía comida, não dinheiro. Portanto, o dinheiro ou moeda da época não faz parte desse contexto de Levítico 27.30-32.
* Números 18:21-24.
O dízimo é destinado aos levitas, que não tinham herança na terra, e como os levitas viviam do dízimo, os ministros da igreja hoje também devem ser sustentados dessa forma.
Os que não concordam com essa interpretação no sentido de afirmar que Levítico 18.21-24 não serve como modelo para os dias atuais relatam que o sacerdócio levítico foi substituído por Cristo (Hebreus 7), e o Novo Testamento ensina que os líderes devem ser sustentados por ofertas voluntárias conforme registrado em 1 Coríntios 9:14 e não por dízimo.
* Malaquias 3:10.
Em Malaquias 3.10 é relatado que os Judeus tinham a obrigação de trazer todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na casa do Senhor, e através desse ato, Deus promete bênçãos para quem dá o dízimo, sugerindo que essa prática continua válida.
Porém, o contexto em Malaquias 3.10 se refere ao Templo de Jerusalém e à aliança mosaica e, dessa forma os cristãos da nova aliança não estão sob essa aliança Judaica.
* Mateus 23.23.
Em Mateus 23:23 lemos:
"Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fé..."
Nessa passagem bíblica Jesus não condena o dízimo, mas sim a hipocrisia dos fariseus. Isso sugere que o dízimo ainda é válido porém,
os que são contra essa interpretação afirmam que Jesus estava falando a judeus sob a Lei, e em momento algum no seu ministério Ele ensinou a obrigação do dízimo aos seus discípulos como um mandamento para a igreja.
* Hebreus 7.8.
Em Hebreus 7:8 lemos:
"Aqui, homens que morrem recebem dízimos, mas ali, aquele de quem se testifica que vive os recebe."
Nesse versículo é relatado que Melquisedeque recebeu dízimos, e Cristo é sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, sugerindo que os cristãos devem continuar dando o dízimo.
Os estudiosos que não concordam com essa interpretação afirmam que o versículo menciona Melquisedeque para mostrar a superioridade de Cristo, não para estabelecer o dízimo cristão.
A exegese e a hermenêutica a favor do dízimo argumenta que ele é um princípio universal, estabelecido antes da Lei, confirmado por Jesus e necessário para o sustento da igreja.
Já a exegese e a hermenêutica contra o dízimo defende que ele era uma exigência da Lei de Moisés e que o Novo Testamento ensina contribuições voluntárias e proporcionais, sem percentual fixo.
A interpretação depende da abordagem teológica: igrejas que enfatizam continuidade entre o Antigo e o Novo Testamento tendem a defender o dízimo, enquanto aquelas que enfatizam a liberdade cristã tendem a rejeitá-lo como mandamento obrigatório.
BIBLIOGRAFIA
1. Hernandes Dias Lopes / Arival Dias Casimiro. Dízimos e ofertas são para hoje ?
2. D. A. Carson (editor). Comentário Bíblico Vida Nova.
3. Russell Earl Kelly. A igreja deveria ensinar o dízimo ?
4. Túlio Cesar Costa Leite. O Dízimo. (monergismo)
5. Russell Norman Chanplin. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Volume 2.
6. F. F. Bruce (editor). Comentário Bíblico NVI Antigo e Novo Testamentos.
7. Isaac Malheiros. O dízimo no período anteniceno (100 - 325 d.c). Revista eletrônica espaço teológico (Reveleteo). vol.10, n.18.
8. Solano Portela. Determinações Bíblicas para dízimos e ofertas alçadas. (solanoportela net).
9. Wayne Grudem. Teologia Sistemática.
10. Walter A. Elwell (editor). Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. Volume 1.
11. J. D. Douglas (editor). O Novo Dicionário da Bíblia.
12. Charles F. Pfeiffer (editor). Comentário Bíblico Moody. Gênesis à Malaquias. Volume 1.
13. Railson Félix Santos / Daiane Martins Batista. Dízimo e a Nova Aliança. ( revista tópicos).
14. Messias Benedito da Silva. O Dízimo na Nova Aliança. ( Unicesumar).
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1. Vídeos no YouTube de Hernandes Dias Lopes, Augustus Nicodemus Lopes, Edir Macedo e R. R. Soares.
2. Informações básicas retiradas de pesquisas no Google.
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Apêndice: Legalismo ou Graça ?
***** Hernandes Dias Lopes *****
É favorável ao dízimo como princípio bíblico, pois ensina que o dízimo é uma prática anterior à Lei como no caso de Abraão e um princípio que continua válido no Novo Testamento. Ele não vê o dízimo como uma obrigação legalista, mas como uma expressão de gratidão e fidelidade a Deus. Costuma enfatizar a generosidade e o coração por trás da contribuição. Portanto, o seu princípio teológico é que o Dízimo é uma graça de Deus e que devemos contribuir com coração aberto a esse princípio Divino tal como Abraão fez com Melquisedeque.
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***** Augustus Nicodemus Lopes *****
Crítico do dízimo como mandamento obrigatório para cristãos, pois defende que o dízimo era parte da legislação do Antigo Testamento para Israel, e não uma exigência para a igreja neotestamentária. Em seus ensinos, ele diz que os cristãos devem contribuir generosamente e com alegria, mas não sob a obrigação de dar 10%. Ele apoia a doação voluntária e proporcional, e a porcentagem pode ser um valor acima ou abaixo de 10%, desde que seja contribuído com alegria e amor e não como um modelo legalista.
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Minha opinião particular:
Se levarmos em consideração que o Dízimo já estava em vigor antes da Lei, então Abraão e Jacó fizeram o dízimo pela graça e não pelo Legalismo, pois o legalismo surgiu após os patriarcas através de Moisés.
Se entendermos que Abraão e Jacó fizeram o dízimo, mas não era comum esse ato durante o período dos patriarcas, então não podemos afirmar que é pela graça, pois o legalismo só foi existir depois desse evento, e a graça só é possível desde que o legalismo já estivesse em vigor, o que não é o caso de Abraão e Jacó.
Se entendermos que o Dízimo é uma ordenança Divina para o povo de Israel e que no Novo Testamento estamos no período da graça, então o Dízimo é inválido para a era da Igreja, pois Jesus e os Apóstolos não tiveram nenhuma conduta a favor dos cristãos serem Dizimistas conforme era no período do Antigo Testamento.
O legalismo do Dízimo pode ser interpretado como um modelo ideal em um contexto do Antigo Testamento, mas esse mesmo legalismo se torna inválido no período dos patriarcas e no período do Novo Testamentos.
A graça do Dízimo pode ser algo válido apenas no período antes do legalismo, tal como o Dízimo efetuado por Abraão e Jacó, pois nesse período não existia o legalismo do Dízimo com suas regras durante o período de Moisés.
A graça que envolve a questão do dízimo, pode ter como exemplo o Dízimo realizado por Abraão e Jacó antes da Lei. Isso não significa afirmar que essa graça é a mesma do período do Novo Testamento, pois ambas as graças, isso é, o patriarcal e o do Novo Testamento ocorreram em fases diferentes, pois a primeira foi antes da Lei e a segunda após a Lei.
Em que sentido Hernandes Dias Lopes e Augustus Nicodemos Lopes relacionam suas interpretações em relação a Dízimo ?
Para responder essa questão, temos que definir o que é "Legalismo" e "Graça" no contexto do Dízimo.
O Legalismo no contexto do dízimo é a ideia de que o cristão é obrigado a dar o dízimo (10% da renda) como uma lei rígida, sob pena de estar em pecado ou de ser amaldiçoado caso não o faça. Essa visão trata o dízimo como um mandamento que deve ser obedecido literalmente e sob ameaça de punição.
Em relação a Graça no contexto do dízimo, a mesma se refere à compreensão de que o cristão vive sob a nova aliança em Cristo, e portanto não está mais sujeito à obrigatoriedade do dízimo como uma lei. Em vez disso, a contribuição financeira deve ser feita livremente, com generosidade e alegria, segundo o que cada um propôs no coração,. Essa Graça tira o peso da obrigação legalista.
Creio que Hernandes Dias Lopes se refere ao Dízimo em um contexto não legalista, e sim o Dízimo no contexto da Graça conforme Abraão e Jacó.
Em relação a Augustus Nicodemos Lopes, o legalismo está evidente em seu contexto do Dízimo, e provavelmente ele defende a contribuição sem a obrigatoriedade do Dízimo.
Não tem como defender os dois, pois se um está certo o outro está errado.
Essa é a minha opinião sobre esse assunto.
Creio que cada um de vocês que eventualmente forem ler esse artigo vão refletir e tentar compreender o verdadeiro significado do contexto do Dízimo relatado nas Escrituras Sagradas.
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Luciano Nobre Frasson
Formação em Teologia curso livre
Especialização em Pregação
Mestrado em Divindade
Autor de 5 livros de Teolog
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